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20 PROVAS

DE QUE EM CWB SE FAZ MÚSICA

HÁ MAIS DE 10 ANOS

segundo Asaph Eleutério

  • SoundCloud - White Circle

Escolhi de maneira arbitrária 20 projetos - chamo-os assim por muitas das iniciativas não se tratarem de "bandas". Não contemplo a totalidade das as bandas da cidade, não é esta a minha intenção, na verdade. Nem tampouco criar algum tipo de aura sobre os projetos abaixo mencionados.  Me aventuro nesta tentativa pois sinto a necessidade de apontar as boas práticas que acontecem na localidade, que eu consigo ver, de maneira a compartilhar uma pesquisa contínua que faço ao longo de quase uma década sobre o que é o som da cidade.\
Como não vi estes nomes nas outras listas que recentemente tenho visto resolvi colocá-los aqui, segundo meus próprios critérios, que podem não ser os melhores, mas que pretendem afirmar a presença destes artistas e seus trabalhos nesta realidade que eu amo, que é a música local, de maneira transversal, lançando com elas um recorte do que está rolando na localidade, na minha opinião.

Eu, como um artista independente que está vendo a cena se desenrolar ao meu redor, me senti responsável por apresentar, do meu geito, pra quem quiser ver os trabalhos que eu consigo ver e que são definitivmente bons.

Lembro mais uma vez, este é um empenho que não está buscando imparcialidade. Inclusive aconselho-vos, leitores desta minha empreitada que ponham-se a praticá-la; façam vocês mesmos suas próprias listagens, elas ajudam a dar nomes e caras para o que acontece em musica nas muitas cenas da cidade. Tentei trabalhar com a maior amplitude possível, dentro das ferramentas de análise que utilizei e da limitada visão que tenho do todo que é a cultra local.
 

Ferramentas de análise

Deixo claro que não há aqui também qualquer forma de comparação entre os diferentes projetos. Cada caso se enquadra de sua forma particular nestas ferramentas abaixo.
Importante é o fato de que me pautei, a pesar de ser como disse uma seleção arbitrária, nas seguintes características, que me permitiram colocar grupos heterogêneos dentro do mesmo quadro:
Ineditismo, profundidade e qualidade dos trabalhos lançados
Esta categoria de análise que utilizei engloba características excludentes entre si, mas que afetam o resultado final dos trabalhos no mesmo ponto. Com profundidade me remeto à algo realmente visceral. Seja uma guitarra, uma linha da poética, uma proposta estética, enfim. Qualidade não no sentido de bons compressores ótima pós-produção, mas sim no sentido de ser algo que realmente apresenta o resultado de uma extensa pesquisa em arte. Ineditismo no sentido de não ser farofão. Nem tem nada farofudo nesta lista. Não estou olhando aqui também para qualquer tipo de virtuosismo instrumental ou panfletismo literário, coisas que não entram nesta categorias de análise, que forjo aqui.
Estratégias e ações de promoção, distribuição e valorização
Penso que é fato que o projeto que se propos a trabalhar com composições "autorais" ou "próprias" ou "underground" ou "independentes" ou como você queira chamar se encontram no contexto que a música no séc. XXI oferece, precisam pensar em como chegar até seu público, tanto quanto em sua arte em si.
De uma maneira ou de outra, todos estes projetos abaixo tem muitas ações, diferentes e autênticas de promover, distribuir e valorizar seus trabalhos para quem querem. Esta é uma conditio sine qua non para o bom sucesso de qualquer projeto autoral, na minha opinião e, todos estes caras aí em baixo tem muito disto cada qual na sua forma.
Tempo de estrada, frequência de apresentações e aparições no contexto local
Sim, pra mim o tempo de um projeto na estrada define a sua posição no campo, definitivamente. Cruzo este fator com a frequencia de apresentações de determinado projeto, bem como suas aparições no contexto local tendo assim uma categoria que valoriza novos projetos, ativos pra caramba, bem como grupos de longo histórico, que sempre apareceram e, pelo visto continuarão por muito tempo.

About
Contact

Asaph Eleutério é músico formado em Bacharelado em Música Popular pela FAP/UNESPAR e tem um projeto de música autoral chamado "Ninguém" desde 2008

Miniconto (2011)

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O Miniconto, na minha opinião, é sem sombra de dúvida uma das melhores propostas musicais da cidade nos últimos 10 anos. Simples, apenas Karla Díbia, com sua voz e, mais recentemente com seu clarinete e Daniel Amaral, com seu violão (clássico e com uma execução épica) e o fato maravilhoso dele ser "O" Daniel Amaral. Vejam, ouçam e me digam: uma potência musical desta não deveria ser uma das coisas que mais se ouve nas rádios destas cidades em que nós moramos? Sendo proprietários de uma série de obras voltadas para o minimal na literatura, existe uma ampla e profunda conexão entre o que o miniconto canta, toca e também com o que ele tem como arte visual, que fica na responsa do Iuri de Sá. Como slogan, "Have a break, have a Miniconto."
 
Conheça em www.miniconto.net

Ravi (2015)

Banda que leva o nome do filho de Rafa Dauer, compositor principal do projeto. Coisas que ficam muito evidentes, para mim, quando escuto a Rávi é uma estética musical intensa e uma linguagem autêntica e coerente. Quando souberem de um show por favor me avisem. Adoraria presenciar o entrosamento alquímico entre os instrumentos presentes nestes arranjos em uma performance ao vivo. O projeto de Rafa e Jade, Folkears, no entanto eu já presenciei e o bom gosto da dupla é algo realmente memorável.
Saiba mais em: https://goo.gl/2o4PhA

Renegados do Folk (2015)

 

Geniais, brilhantes. Conheci no final do ano de 2015, mas parece que eram o que faltava na cena. Uma banda com uma senhora energia de palco, com o vocal feminino potente pra caramba, dona de uma presença de palco única. Lançaram seu primeiro EP em 2015, "Sobre Cavalos, Carroças e Pessoas" e agitam a cena em 2016, já tendo tocado com Wander Wildner. Acho que realmente uma das melhores apresentações de música local que eu já vi, foi a deles no Subtropicália Apresenta no 92 graus.
Saiba mais em: https://goo.gl/C95Zgw

 

Maggot Groove (2015)

Presentes e marcantes, donos de um grande arsenal de instrumentos (sopros - trompete, escaleta e apitos- inclusos), fazem juz ao nome e levam um groove de qualidade ímpar, talvez próximo ao de Fela Kuti, Catártico e que com certeza merecem uma apreciação cuidadosa. Agitam a cena da cidade para caramba, inclusive.

Saiba mais em: https://goo.gl/fV51yU

Chucrobillyman (2004)

Não vejo como não incluir uma lenda como o Klaus Koti, também conhecido como seu alter-ego, o Lendário Chucrobillyman, que em 2016 lançou o novo clipe "Macumba for you", fazendo muita coisa acontecer na cena, tocando, inclusive no 92 graus com bandas que se encontram nesta lista. Além disto, tem outros projetos na cena e até mesmo o seu próprio selo a Fon-Fon graphics and records.

Saiba mais em: http://www.koti.com.br

Red Foot (2011)

Uma banda de peso. Não digo mais nada, peço que por favor testemunhe o clipe red foot stomp e tire suas conclusões, todas as minhas categorias de análise estão claramente exemplificadas, um música fiel ao blues e ao rock (stoner inclusive), mantendo-se, ainda assim na autêntica música autoral com qualidade.
Saiba mais em: https://goo.gl/AyNG1S

Davi Henn (2011)
 

Músico de rua, representante do Blues, mente criadora de primeira, com o qual tive o privilégio de participar de uma mesa sobre arte de rua no curso de produção cênica sobre música e arte de rua, no curso superior de tecnologia em produção cênica da UFPR.
A presença de Davi Henn nesta cidade é a prova de que temos arte. Boa e de qualidade, sendo sistematicamente sendo distribuída, da melhor forma possível, na minha opinião que é a rua.
Este cara age na XV, em frente ao bondinho, quer dizer se a Curitiba provinciana e higienista não tenha mostrado suas garrinhas, acredito que ainda não tenha sido o caso.
Saiba mais em: https://goo.gl/aW13rV

Foba (2013)

A psicodelia abrasiva e intensa deste cara são demais. O som dele é singular. O primeiro EP Coroados, de 2013 foi meu de pendrive durante muito tempo. Em fevereiro deste ano um novo EP foi lançado, com o mesmo grau de qualidade fazem do som deste artista uma das coisas você precisa conhecer e ver como a parada está avançada aqui por estas bandas. Letras, melodias, arranjos, tudo soa perfeitamente redondo, som pra curtir litros.

Saiba mais em: https://goo.gl/XnXxyM

Rapha moraes de the mentes (2016)

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Rapha Moraes, Allan Yokohama, Juninho Jr., Amandio Galvão e Marcos Nascimento são um dream team de música local que se reuniu para lançar o "Corações de Cavalo". Considero a empreitada de Rapha é uma das mais notáveis ações da cena acontecidas este ano. Detalhe para o clipe inexplicável de "Adeus". Imagino que tenha sido gravado com um drone, mas é até onde a minha parca imaginação consegue conjecturar.

Charme Chulo (2007)

Um dos baluartes da música local, na minha opinião, fazendo 10 anos de estrada ano que vem estes caras são uma das minhas principais referências como músico para buscar a linguagem caipira na minha sonoridade. Distribuídos pela Tratore - uma das principauis distribuidoras indeoendentes do Brasil, E eles continuam acontecendo por aí em 2016 tb, sim senhor. Parada obrigatória pra quem quer valorizar a cultura local.
 
Saiba mais em: www.charmechulo.com.br

Pão de Hamburguer (2005)
 

Rooteza do rock curitibano, esta banda me incentivou muito em meus primeiros anos de desenvolvimento, tem raízes profundas e duradouras e uma longuíssima vida de produção. Hoje, pra mim fazem parte da ementa obrigatória da música local. Vida longa ao Pão =)

Confraria da Costa (2010)

Representantes do rock, presentes na cena com o pão, qualidade na proposta - temática da pirataria - tanto em letras quanto em arranjos, quanto também em performance - a qual já presenciei algumas vezes, os caras são um dos times mais fortes e concisão entre proposta, prática e lastro. Os caras não estão pra brincadeira e não dão ponto sem nó. Do gypsy jazz ao folk ao blues, estes caras são simplesmente indispensáveis numa análise do que acontece por aqui, neste nosso séc. XXI.

Cherry Rock(2015)

Jade Skrabe e Michele Mabelle representam bem a parte feminina deste meu longo apanhado de nomes e cenas. Não que não tenham outras referências femininas ao longo do caminho, mas elas fazem questão de nomear seu som de "rock calcinha". As meninas fazem parte também da seleta classe de músicos e musicistas que vão às ruas para mostrar seu trabalho, coisa que pra mim é uma das melhores coisas a se fazer sendo artista em CWB.
Novas na cena, tem uma produção febril e uma excelente comunicação pelas mídias sociais, tendo inclusive a parceria Mi&Fa entre Fabio Elias e Michele Mabelle, uma das "cerejinhas". O trabalho - que ao que tudo indica - será lançado neste ano, já está forrado de apresentações e tem um público ávido e fiel, muito provávelmente estas meninas vão longe pra c

Decadência (2016)

Recente e uma das únicas referencias à cena do Metal na minha lista louca e embaralhada, estes caras merecem uma referência pelo casamento completamente excêntrico da linguagem metal da bateria e a sanfona. No mínimo inusitado e impossível de realizar sem muita competência e despregamento de antigos rótulos. Os caras, mesmo começando estão com uma das propostas mais inusitadas que eu já vi até o momento.

Beer (2006)

Mais um dos lonely wolfs desta cultura local, o nosso querido amigo Beer com o seu disco Epifania do ano passado, apresenta construções muito inteligentes de melodia e recursos incríveis de edição, a partir de softwares de seu telefone celular. A prova mais concreta de que qualidade não é uma questão fidelidade de captação. Tendo qualidade naquilo que se produz, as vezes os meios de registro até mesmo enobrecem o feito. Este é o caso do Epifania.
William Pelacini hoje faz parte do Renegados do Folk, mas desde 2006 tá na atividade em diferentes bandas tendo entre elas a memorável Repossíveis. A carreira solo do cara merece aqui atenção especial por que realmente é algo a parte.

Glow-e (2012)

Davi Dornellas, um excelente artista local. Envolvido pra caramba com uma cena que também conscientemente não abordo que é o psychobilly, na banda Movie Star Trash, produz um projeto de qualidade ímpar e que acho que deve ser visto por quem está acompanhando esta listagem. A qualidade dos trabalhos de Instance e Glow-e me lembram muito radiohead, mesmo sendo um projeto instrumental a força dos topos musicais que Davi sabe pintar com seus recursos eletrônicos é monumental. Confiram o trabalho e tirem suas conclusões. É uma das coisas mais sofisticadas que já vi saírem da cabeça de um artista local.

Marlos Soares (2012)

Um dos principais representantes da Segunda Autoral do Tatára, uma posição do campo da musica local que não tem como não visitar, Marlos lançou no final do ano passado o disco Lá(r), abrindo no mesmo ano o show do Lenine no teatro guaira, já tendo músicas suas - dentro das mais de 70 que já tem -  gravadas pelo Namastê e contando com a participação de Zeca Baleiro. Este cara também é lendário.

Hyago Chahér (2011)

O cara é a personificação de uma good trip, tem musicas e videos muito interessantes sobre seus trabalhos, também extremamente interessantes. Lida com música e, trancando uma faculdade no 4 ano em Curitibanos - SC, se jogou na cidade de CWB para trabalhar únicamente com música.
Nas ruas, bares, onde tem espaço Hyago milita por aquilo que sonha, com sinceridade e talento. Pessoas como ele são raras e merecem a visibilidade para o seu trabalho, que é realmente uma transfusão de boas vibrações.

Diego raimundo (2010)​

Músico de longa carreira, já vendeu mais de 2000 cópias do seu trabalho "Variações". O cara vive de música e percorre diferentes cidades do país tocando na rua. Executa um som maduro, repleto de boas ideias musicais e poesias de conteúdo.

Subburbia (2011)

 
 
Acho que são os outsiders mais queridos que conheço. Eles são a prova de que os parâmetros de "bom" e "ruim" que existiam já não se aplicam mais nos nossos tempos. Lidam com o trash, estética lisérgica, enfim, com a aparência de tudo que leva um cidadão de bem a atravessar a rua quando ve passar. Amo isto neles e acho que esta é o grande "it" do projeto. Além de ter sido uma das poucas bandas curitibanas a aparecer na finada MTV em seus tempos de glória e ser uma banda que tem seu público e acessa de maneira autêntica as bases do trash. Quando crescer quero ser que nem eles.

Conclusão

De toda esta longa incursão pelas veredas da música local, resta um sentimento de que esqueci algo, que fui injusto com alguém e que algo está faltando.
Reconforto-me na esperança da proliferação de tais listas. Estas, sem a pretensão de serem profecias ou bolas cantadas para coisa alguma, são uma tentativa de legitimar a cena como um todo, tanto para seus públicos quanto para si mesmas.

Meu esforço teórico foi de inventar categorias em que pudesse colocar trabalhos heterogêneos, por que é assim que a cena é. Se você não gostou, faça melhor, por favor.

Ah, lógico, se eu estiver equivocado em alguma data, informação ou algo do gênero, por favor me comuniquem, mudarei o fato errado assim que comunicado.
Asaph Eleutério é músico formado em Bacharelado em Música Popular pela FAP/UNESPAR e tem um projeto de música autoral chamado "Ninguém" desde 2008
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